A prevenção e os cuidados com a saúde se tornaram cruciais desde o início do combate ao coronavírus. A busca por tecnologias capazes de evitar a propagação do vírus revelou que a tecnologia UV-C pode ser uma grande aliada do momento.
Com o objetivo de esclarecer uma grande quantidade de mitos e até mesmo fake news que circulam o tema, vamos aproveitar e quebrar os principais mitos e dúvidas que envolvem o assunto. Mas antes, vamos entender o que é e o que a luz ultravioleta realmente faz.
O que é a luz ultravioleta?
A luz UV é composta por raios ultravioleta com um comprimento de onda menor que o da luz visível e maior que a dos raios, podendo ser percebida entre 200 e 400 nanômetros (nm). Seu nome significa “mais alta que violeta”, levando em conta que o violeta é a cor visível com o comprimento de onda mais curto e com maior frequência.
De toda a energia solar que chega à superfície da Terra, cerca de 9% corresponde à luz ultravioleta. Ela é a mais energética entre as emitidas pelo sol e pode ser classificada em três tipos: UVA, UVB e UVC.
Os raios UVA são os de maior incidência na superfície terrestre, já que não são absorvidos pela camada de ozônio (camada que protege a Terra). Estão presentes uniformemente durante todo o dia e em todas as estações do ano.
Já os raios UV-C apresentam um comprimento de onda muito menor, sua radiação é a que menos se aproxima da luz visível. Esses raios são absorvidos completamente pela camada de ozônio e podem ser utilizados na esterilização de materiais cirúrgicos e até mesmo processos de tratamento de água, graças a sua propriedade bactericida.
Como a luz ultravioleta combate o vírus?
A luz UV-C possui ação germicida e, por isso, é muito utilizada na descontaminação de superfícies e materiais em laboratório. Essa espécie de radiação provoca alterações “fotobioquímicas” capazes de provocar a morte dos micro-organismos atingidos.
A disseminação do novo coronavírus trouxe a luz ultravioleta para o centro do palco como alternativa para a esterilização de ambientes e objetos.
Ao ter contato com o material genético de um vírus ou bactéria, a radiação causa um dano permanente, que impede que o micro-organismo se multiplique. Assim, ele fica inativo e não consegue iniciar o processo de infecção.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Hiroshima, no Japão, descobriu que a luz ultravioleta (UV-C) é capaz de eliminar o Sars-CoV-2. A pesquisa foi a primeira a provar a eficácia do método contra o novo coronavírus e foi publicada em setembro no American Journal Of Infection Control.
“Ultravioleta é uma radiação eletromagnética, como a luz, só que em uma frequência diferente. Muito poderosa para destruir microorganismos se expostos por tempo suficiente” defende Vanderlei Bagnato, diretor do Instituto de Física de São Carlos e publicado pela Summit Saúde.
Ainda, de acordo com a Comissão Internacional de Iluminação (CIE), em uma publicação feita em maio/2020, “a energia contida no comprimento de onda é absorvida pelo DNA/RNA de vírus, bactérias, leveduras e fungos. Inativando-os e tornando-os inofensivos em questão de segundos.
“No caso do vírus, [o raio] é tão energético que, ao interagir com as ligações químicas, arrebenta-as”, ressaltou Bagnato.
4 MITOS E VERDADES SOBRE A LUZ UV-C
1. A tecnologia UV-C é utilizada há mais de um século como ferramenta de esterilização:
VERDADE! Escritórios, aviões, hospitais já utilizam a tecnologia para garantir ao máximo a esterilização e higienização dos ambientes.
2. A luz UV-C destrói o material genético do vírus (RNA), fungos e bactérias (DNA) e os torna INATIVOS:
VERDADE! A depender da exposição e intensidade da radiação, ocorrem mutações no material genético dos vírus e bactérias.
3. Qualquer radiação UV cumpre o mesmo papel de desinfecção
MITO! Cada radiação causa um tipo de “consequência”. A radiação UVB, por exemplo, é a principal responsável por causar mutações genéticas. Mas apenas a radiação UV-C é considerada germicida.
4. Não existe eficácia da luz UV-C contra o novo coronavírus:
MITO! A radiação é capaz de destruir o material genético, além de outras estruturas que compõem o vírus. Dessa maneira, o coronavírus fica impossibilitado de se reproduzir e infectar outro organismo. Tornando assim, a tecnologia UV-C muito eficaz no processo.
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